Estudos em Apometria



O movimento espírita divulgado por Allan Kardec surgiu na segunda metade do século XIX e impôs-se enquanto doutrina de origem espiritual e filosófica, embasada pelo emprego de uma metodologia científica. Dos inúmeros tratamentos espirituais que a doutrina espírita viu florescer sob sua égide, um deles diferencia-se bastante de todos e é conhecido pelo nome de APOMETRIA.

A Apometria é uma técnica, um instrumento de auxílio espiritual e não veio de forma alguma substituir a metodologia espírita, a desobsessão ou as práticas simples que o Espiritismo nos proporciona nas palavras claras e atuais de Allan Kardec.

A apometria ou desdobramento induzido é meio e não o fim para o qual se destinam os esforços de uma Casa Espírita que trabalha no anonimato de suas atividades espíritas; que se dedica há décadas de comprometimento espiritual e sustenta suas atividades doutrinárias e sociais em conformidade com seu compromisso com a proposta de Kardec e Jesus.

Não se deve abrir mão da simplicidade do método espírita: passes, água fluidificada e, acima de tudo, Evangelho com reforma moral. A apometria deve ser introduzida como mais um tratamento, mas sempre vinculada ao compromisso com a Doutrina Espírita.


Introdução


Do prefixo grego apo (além de) e do radical metria (medida) - é definida como um conhecimento que se propõem a estudar aquilo que estaria além das formas de medida convencionais. O termo está associado a uma prática terapêutica de origem espiritualista que, mediante uma seqüência de pulsos ou comandos energéticos mentais,  realiza o desdobramento e a dissociação dos múltiplos corpos de que seria constituído o ser humano (corpo físico, etérico, astral, mental inferior, mental superior, búdico e corpo átmico).
A terapia foi introduzida no Brasil pelo farmacêutico e bioquímico porto-riquenho, Luis Rodrigues, que a chamava de "Hipnometria", e utilizava a técnica de contagem progressiva para obter o desdobramento anímico controlado. Na década de 1960, foi sistematizada pelo Médico José Lacerda de Azevedo (1919-1997), no Hospital Espírita de Porto Alegre, que lhe trocou o nome para "Apometria".

A Terapia
Auxilia na resolução de problemas de desequilíbrio espiritual ou emocional. Tais desequilíbrios se manifestam como uma forma indesejada de comportamento ou como doença. Sua ação fundamenta-se na existência de desdobramentos de personalidade, adquiridas nesta encarnação ou em nossas vidas passadas.

Forças Empregadas na Apometria
A apometria utiliza forças impregnadas de energia cuja natureza ignorada pela ciência, é direcionada pela atuação da força de vontade do condutor dos trabalhos. Tal energia é moldada pelo amor e canalizada na forma de "pulsos magnéticos" para tratar portadores de transtornos psicológicos, doenças genéticas de difícil resposta à terapêutica médica, ou consideradas incuráveis.

a) Força Mental
Na concepção da Apometria, a mente é uma "usina de força" que tem o poder ilimitado de moldar, mover e direcionar a "energia cósmica". Nesse sentido, adotam a idéia de que "toda magia é mental", pois é a força e a intenção de um pensamento que pode determinar se uma magia é benigna ou se é prejudicial, ou seja, interfere no livre arbítrio alheio. A energia mental seria de natureza "radiante" e portanto, o pensamento pode ser transmitido à distância e captado de forma integral ou parcial por qualquer ser que tenha uma certa sensibilidade. Dessa forma, o pensamento tem direção e um ponto de aplicação que é o seu objeto.

b) Força Zeta
O processo de liberação de quantidades unitárias (os quantade energia de um corpo físico, é conhecido por liberação da Força Zeta.  Desta forma, o operador apométrico utilizaria a energia do seu próprio corpo para criar campos de força, além de inúmeras outras aplicações da energia.



A Obsessão

A obsessão é o domínio ou ação persistente e intencional que alguns espíritos impõem sobre outros. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral - sem perceptíveis sinais exteriores - até a disfunção completa do organismo e das faculdades mentais. 
Há que se entender que qualquer que seja o tipo da obsessão, ela é sempre o fruto das transgressões às Leis Cósmicas, e provocam verdadeiras rupturas nos campos vibratórios de proteção do ser, tomando-o vulnerável à energias menos sublimes. Podemos incluir como seus grandes aliados as atitudes negativas e vícios do indivíduo, já que estes constituem portas abertas à perturbações de toda espécie.
A obsessão deve ser considerada como uma enfermidade do espírito e merece ser estudada de forma séria e aprofundada, pois se não for a causa primária do(s) problema(s) do paciente, é sempre um fator secundário, portanto, agravante nos transtornos de humor (depressão, transtorno bipolar), transtornos de ansiedade (síndrome do pânico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade generalizada), distúrbios psiquiátricos graves (esquizofrenia, psicoses), doenças orgânicas de causa desconhecida pela medicina, dificuldades financeira/profissional e problemas de relacionamento interpessoal.
A obsessão espiritual já é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde(OMS) como "Estado de transe e possessão", que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual obsessora.

O CID 10, item F.44.3 - define Estado de transe e possessão como "a perda temporária da identidade com manutenção de consciência do meio ambiente". Faz também uma distinção entre o estado de transe normal, mediúnico, que acontece por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por um distúrbio psiquiátrico.

Desta forma, uma pessoa que entra em transe mediúnico durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas, não é considerada doente. Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou que popularmente se chama de loucura, bem como na interferência de um ser desencarnado, a obsessão espiritual.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura. Portanto, é preciso fazer um diagnóstico diferencial entre um distúrbio mediúnico, de um distúrbio psiquiátrico propriamente dito. 

Antes de 1998, a OMS definia saúde como "o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do ser humano e desconsiderava o bem estar espiritual. Mas após essa data, passou a definir saúde como "o estado de completo bem estar do ser humano integral: biológico, psicológico, social e espiritual".
  

Tipos de Obssessão
Quanto a forma de atuar as obsessões podem ser classificadas como:
1. Obsessão Simples - É quando há um único espírito agindo sobre outro ou mesmo vários obsessores sobre uma mesma vitima. Nas obsessões simples a ação é superficial e não existe a utilização de recursos mais sofisticados.

2. Obsessão indireta - ocorre quando o obsessor não conseguindo atingir o desafeto volta-se para alguma pessoa que lhe seja cara.

3. Obsessão Complexa - Podemos considerar obsessão complexa todos os casos onde há ação de goércia (magia), implantação de aparelhos parasitas, destruição de projetos de vida, parasitismo, vampirismo, etc. Dentre os vários tipos de obsessões complexas, podemos citar:

  • Simbiose - obsessão onde ocorre uma associação biológica de seres vivos com benefício mútuos. Pode-se chegar a situações críticas onde a separação torna-se muito difícil;
  • Auto-obsessão - tipo de obsessão em que cenas desagradáveis do passado interferem no presente, provocando desajustes. É ação dos próprios níveis de consciência do encarnado sobre ele mesmo;
  • Parasitismo - obsessão em que o obsessor fica diretamente ligado à vítima sugando suas energias e trazendo prejuízos generalizados. Pode ser consciente, quando praticado por obsessores mal- intencionados ou inconsciente, como nos casos de encosto por afinidade;
  • Vampirismo - obsessão provocada por entidades ociosas que se valem das possibilidades alheias. São os exploradores do além que agem com plena consciência de seus atos. 
  • Fascinação - neste caso o obsessor produz uma espécie de ilusão sobre os pensamentos da vítima. A ação do espírito no pensamento do indivíduo é de tal ordem que ele não se considera iludido, nem é ca­paz de compreender o absurdo do que faz, podendo até ser ar­rastado a cometer ações ridículas, comprometedoras ou perigo­sas. Admite-se, nesses casos, estarem agindo espíritos inteli­gentes, ardilosos e com objetivos de maior alcance no mal, pois quase sempre utilizam a tática de afastar do seu intérprete aque­les que possam abrir os seus olhos ou esclarecer sobre seus er­ros. Os homens mais instruídos e inteligentes não estão livres desse tipo de obsessão.
  • Subjugação - é a mais trágica de todas as fases de uma obsessão. É um envolvimento que produz a paralisa­ção da vontade da vítima, fazendo-a agir mesmo contrariamente ao seu desejo. A subjugação pode ser moral ou corpórea. Na primeira, o indivíduo é levado a tomar deci­sões freqüentemente absurdas e comprometedoras e na segun­da, a pessoa realiza movimentos involuntários, em momen­tos inoportunos.
Uma pseudo-obsessão observada através dos estudos apométricos é denominada de Arquipadia. Esta indica a ação de magia antiga, sem a presença de obsessores, originária em outras vidas, mas atuando ainda hoje. Pode ter sido feita para a vitima de hoje em outra existência, ou feito/encomendado pela própria vítima de hoje em outras existências para outras pessoas.

Tratamento das Obsessões
No tratamento de qualquer obsessão impõe-se a harmonização do encarnado e do desencarnado, conscientização de ambos e retomada de objetivos superiores dentro de padrões ético-evangélicos, exigindo muitas vezes recursos da ciência terrena em conjunto com a terapia espiritual. É fundamental que ambos adotem os nobres princípios do Evangelho e participem de sessões de desobsessão para a educação dos agentes da obsessão. É imprescindível, também, a eliminação de vícios e uma reordenação de pensamentos, sentimentos e ações.

Continua em "Os Invólucros do Espírito"


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